quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Por uma cultura da saúde emocional

Janeiro branco é uma campanha por uma cultura da saúde mental, que se dedica a convidar as pessoas a pensarem sobre suas vidas, a qualidade de seus relacionamentos, o quanto elas conhecem de si mesma, suas emoções, seus pensamentos e sobre seu comportamento. Muito importante para a questão lembrada neste mês, é que possamos manter viva essa cultura pelos meses do ano e porque não, pela vida toda.
A idéia é pararmos para lembrar, refletir e falar no cuidado que devemos ter com a nossa pessoa, com nossa saúde emocional. É hora de desmistificar a questão, despatologizar quem busca ou acessa qualquer tipo de tratamento psíquico. Se sabemos e experimentamos que os afetos afetam, devemos sem pudores dar a devida atenção a esfera emocional.
Partindo do pressuposto que o ser humano é um conjunto que compõem corpo, mente e outros ingredientes da cultura, a maneira talvez mais interessante, que temos para bem conduzirmo-nos é se conhecendo. Retomando a máxima socrática “Conhece-te a ti mesmo”. Temos a responsabilidade, cada um a seu modo, de investir para que essa máxima possa operar em nós. Como diz o ditado popular: “há vários caminhos que levam a Roma”, ou ainda, há vários caminhos que levam ao rumo. Sabemos que dar um rumo criativo e saudável a vida requer de nós uma boa dose de autoconhecimento. Lembro-me de quando dei início a minha análise pessoal. Investimento que produziu efeitos, arrancando-me da vacilação deletéria, jogando-me no mar das palavras, fazendo com que pudesse acertar-me comigo mesma, reaprender a desejar e abrir-me a experiência do convívio com o outro. Tarefa trabalhosa, mas necessária para que pudesse imprimir certa liberdade e ousadia na vida. O cuidado de si gera o cuidado na relação com o outro e consequentemente com a natureza.
Saúde emocional de um povo também pressupõem políticas públicas e psicoeducativas. Começar o ano, ou seja, janeiro com essa proposta é pensar que sofrimentos, violências e segregações podem ser significativamente minimizadas e a vida maximizada.


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