terça-feira, 20 de setembro de 2011


Nossos valores dizem da nossa forma de viver

A personalidade se constrói a partir do eu e do mundo, ou ainda, da cultura na qual estamos inseridos. Neste processo a forma como entendemos e significamos nossos valores e conceitos aparecem nas nossas escolhas, experiências e são repetidos nas inúmeras relações que vamos construindo no decorrer da vida.
Hoje percebemos na cultura, e isso significa nas relações que participamos um apego as aparências e certo declínio de elementos que envolvem a criação. Talvez estejamos tomados pela ânsia e velocidade das tecnologias do saber. Nas nossas relações e aprendizagens esse risco é imanente, até porque não há como estar fora do fluxo da cultura, que apresenta matizes e apelo ao consumo como características marcantes. Neste caso, a reflexão é a maneira de enfrentarmos o risco.
As relações humanas também sofrem uma instabilidade intensa. Com o rompimento das certezas surgem inúmeros modos de vida, e com isso a pluralidade, a diferença e a alteridade. Estando as certezas em crise é necessário que possamos pensar em outras formas de produzir, de viver, e é neste momento que trazemos este conceito: experiência estética. Sabemos que não é possível buscar um sentido que garanta, são necessários sentidos, estes a serem criados, ou seja, dado por quem navega, quem vive. Essa é a especificidade do conceito de significante na psicanálise. Nós não temos como organizar o mundo do entorno, ou seja, o mundo em que vivemos se não metaforizarmos, se não criarmos.