quinta-feira, 16 de junho de 2016

Des coberta

A descoberta freudiana do recalque e de seus efeitos na produção de sintomas impõe uma direção de tratamento que não deixa o psicanalista neutro.  O coloca, de certa forma, numa posição que diz da ética proposta pela prática. Numa análise o psicanalista quer algo, suspender o recalque. Por aí, suas intervenções, sua técnica, a interpretação e as construções que irá propor implica que se posicione acerca de uma questão que os filósofos desde sempre colocaram: é preciso ou não renunciar aos seus desejos?

O segredo dos políticos moralistas sempre foi incitar o sujeito a retirar suas fichas do jogo do desejo. Essa acusação não pode ser feita a Freud, pois suas produções consistem em dar ênfase aos danos provocados à renúncia das pulsões. Com isso podemos dizer que o mal estar na civilização é redutível ao mal estar do desejo.