sábado, 22 de janeiro de 2011


Uma questão de Linguagem

Outro dia num happy hour com amigos - alguns conhecidos outros novos -   o assunto entre psicanalistas, filósofos e simpatizantes versa quase que sempre sobre alguma “grande” questão. E a questão naquele momento era a linguagem.  Trago aqui um pouco do que esta conversa me fez seguir pensando. Afirmei entre uma argumentação e outra, que a linguagem é o objeto da psicanálise.  Isso é muito importante dizer, às vezes esquecemos disso. A importância da linguagem na psicanálise começa com Freud, quando registra o quanto o material da linguagem é relevante no tratamento do objeto de investigação. Seus livros como Interpretação dos Sonhos, Relação entre o chiste e o inconsciente, Psicopatologia da vida cotidiana são mostras do quanto Freud tomou como tarefa isolar e estudar o material de linguagem.
Constatou que o sintoma é efeito de linguagem sobre o sujeito. Esta observação vêm desde sua experiência   clínica com a escuta das histéricas. Um outro artigo que acrescentaríamos a estes três livros citados é  Uma relação entre um símbolo e um sintoma (Freud (1916) Vol. XIV),  onde discute e propõe aproximar uma coisa da outra, ou seja, o símbolo e o sintoma. Freud procurava uma origem para os sonhos, chistes, lapsos de um lado e os fenômenos lingüísticos por outro lado. Então há várias soluções para a questão, pois o desenlace da questão da linguagem e do falante não se dá entre as palavras e as coisas tão somente.
Agradeço a Gardênia, Flademir e Fernanda pelo momento fecundo.