terça-feira, 2 de dezembro de 2008

"Não quero ter razão, quero ser feliz"

A partir da leitura de um artigo de Ferreira Gullar na Folha de São Paulo, caderno Ilustrada fiquei pensando acerca desta frase "Não quero ter razão, quero ser feliz". Gullar escreve neste artigo sobre uma intervenção sua num encontro no Rio de Janeiro onde afirmava o seguinte: "... uma das piores coisas no mundo é querer ter razão." Se referia à guerra entre palestinos e judeus, mas ampliava a questão para as brigas de casais. Onde o(a) cara insiste em ter razão, discute com o parceiro(a), o outro contra argumente e tal, os dois se exaltam e daqui a pouco estão amuados, cada um no seu canto. Cheios de razão, no entanto infelizes. O que disse Gullar sobre a questão: "não quero ter razão, quero ser feliz." Frase que ganhou adeptos, uma delas sou eu, mas muitos dos que lá estavam sairam repetindo e vendo-a como uma frase para muitas brigas de casais. assim como Gullar, sou dada a aforismos, uma prática dos surrealistas, autores de frases irreverentes e inesquecíveis. É fato que os aforismos devem supostamente encerrar uma verdade, são sintéticas formulações da sabedoria popular. É fato também que aquela turma de malucos que juntaram-se à volta de André Breton valeram-se do aforismo para manisfestar sua irreverência como por exemplo: "Bate em tua mãe enquanto ela é jovem". Posso dizer que nunca pensei em bater na minha mãe, mas certamente se tomarmos como uma metáfora, podemos nos servir deste aforismo e exercitar se opor aos muitos ditos parentais e nos libertarmos um tanto das expectativas parentais e quem sabe não ceder do nosso desejo.