O mau uso da
inveja
A inferência da
economia social na economia libidinal é uma realidade e temos que lidar com
isso. Até porque o pano de fundo de todas as engendrações humanas é o
econômico. Há atualmente um comércio de
imagens, um convite ao abuso das imagens ou do campo imaginário.
Imaginário, Simbólico e
Real são três registros caros a psicanálise lacaniana. Bases de todo o
desenvolvimento, compreensão e prática psicanalítica, em especial a lacaniana.
Lacan se diz freudiano, então nos dizemos freudolacanianos.
Muito do que faz
problema no nosso convívio diário, está no campo das relações humanas, ou na
economia das relações e o objeto em causa. E este objeto toma várias, ou inúmeras
versões. Por exemplo, ser excluído por não possuir o objeto de desejo de uma maioria. Desejo este pré-dado, encomendado pelo discurso capitalista que dita o
que deve ser consumido. Entenda-se que discurso é aquilo que engendra um modo de
ser e estar no mundo. Não ter a coisa, ou o objeto que representa um lugar de
reconhecimento na cultura, traz prejuízo e possibilita o mau uso da inveja.
A passagem da
representação da coisa para a representação da palavra é o trabalho na clínica
psicanalítica, ou mais precisamente de uma análise.