O amor como centro de tudo
domingo, 21 de novembro de 2010
O amor como centro de tudo
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
A direção do tratamento
A felicidade seria um saber-fazer no coração do tempo com tudo o que isso significa de efeitos para o ser.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Poéticas e Psicanálise: O vento é do mundo. O invento é do ente. O descobr...
"'Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: liberdade caҫa jeito.' 'Sou livre para o silêncio das formas e das..."
a letra apareça... a obra se faça ...refaça ...
"palavra puxa palavra ...idéia traz idéia e assim se faz um livro... um governo... ou uma revolução." Machado de Assis.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
terça-feira, 6 de julho de 2010
terça-feira, 15 de junho de 2010
terça-feira, 27 de abril de 2010
Ser para a morte
No texto As variantes do tratamento padrão dos Escritos de Jacques Lacan o sujeito “in statu nascendi” é uma realidade mortal, ou ser para a morte, da qual o eu é justamente o desconhecimento. Desde então o instinto de morte pode ser definido como a lembrança silenciosa da realidade. Essa interpretação é confirmada pelo que Lacan acrescenta sobre a transferência. Para que a relação de transferência possa escapar aos efeitos, como por exemplo o da análise conduzida, será necessário que o analista tenha se despojado da imagem narcísica de seu eu e de todas as formas do desejo onde ela se constitui, para reduzi-la a uma única figura que, sob suas máscaras, a sustenta: a do mestre absoluto, a morte. É justamente aí que análise do eu encontra seu termo ideal. A morte não se trata de um objeto que se possa ter alguma intuição – essa morte não tem nada a ver com aquilo que é dito no universal “todo ser humano é mortal”, se trata neste caso do ser para a morte que resta a ser reformulado, ou a se reformular para cada um num trabalho de análise.
terça-feira, 2 de março de 2010
Reedito este texto com algumas alterações, a reedição se deve ao fato de considerá-lo atual e interessante de ser pensado. A partir da leitura de um artigo de Ferreira Gullar na Folha de São Paulo, caderno Ilustrada fiquei pensando acerca desta frase "Não quero ter razão, quero ser feliz". Gullar escreve neste artigo sobre uma intervenção sua num encontro literário no Rio de Janeiro onde afirmava o seguinte: "... uma das piores coisas no mundo é querer ter razão." Se referia à guerra entre palestinos e judeus, mas ampliava a questão para as brigas de casais. Onde a pessoa insiste em ter razão, discute com o parceiro(a), o outro contra argumenta e tal, ambos se exaltam e daqui a pouco estão amuados, cada um no seu canto. Cheios de razão, porém infelizes. O que disse Gullar sobre a questão: "não quero ter razão, quero ser feliz." Frase que ganhou adeptos, uma delas sou eu, mas muitos dos que lá estavam sairam repetindo e vendo-a como uma frase para muitas brigas de casais. Assim como Gullar, sou dada a aforismos, uma prática dos surrealistas, autores de frases irreverentes e inesquecíveis. É fato que os aforismos devem supostamente encerrar uma verdade, são sintéticas formulações da sabedoria popular. É fato também que aquela turma que juntaram-se à volta de André Breton valeram-se do aforismo para manisfestar sua irreverência. Aliado a essa turma cito Jacques Lacan, psicanalista que realizou uma releitura de Freud. Lacan é contemporâneo aos surrealistas, e também nos faz pensar muito com seus ditos, aforismos e por que não dizer, seus matemas¹. Como por exemplo: “O desejo inconsciente é o desejo do Outro” ; “O que ressurge no inconsciente do sujeito é o desejo do Outro, ou seja, o falo desejado pela mãe”. Voltando aos surrealistas que também foram tocados pela psicanálise, cito um aforismo que me fez pensar:
"Bate em tua mãe enquanto ela é jovem". Posso dizer que nunca pensei em bater na minha mãe, mas se tomarmos como uma metáfora, e bater pode significar bater na representação de mãe que cada um constrói, podemos nos servir deste aforismo e exercitarmos se opor aos muitos ditos da cultura. E quem sabe, nos libertarmos um tanto das expectativas dos outros. Não ceder do desejo, sustentando evidentemente o que essa posição implica.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
A ética na educação: uma perspectiva psicanalítica
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
O interesse da psicanálise as questões colocadas pela educação assumiram formas muito diversificadas, em função dos avanços das mesmas e também por influência do contexto social onde suas intervenções são e foram convocadas.
Algumas questões sobre a educação foram evocadas por Freud, já em 1905, no Três ensaios sobre a sexualidade, sublinhando alguns aspectos temos: o benefício que adulto pode extrair de energias infantis não reprimidas, na medida em que elas fornecem material para o processo cultural da sublimação. A criança deve aprender a dominar suas pulsões. Dar a criança liberdade de seguir irrestritamente todos os impulsos é impossível e, se tentássemos seria muito nefasto.
É preciso descobrir uma maneira para que a educação possa realizar o máximo e prejudicar o mínimo. A questão é saber até onde se pode ir, em que momentos e através de que meios. Ao nos perguntarmos por estas questões, estamos nos perguntando pela questão ética. A reflexão é necessária e pertinente nos nossos tempos. Já em 1898, em A sexualidade na etiologia das neuroses, dois anos antes de publicar a Interpretação dos Sonhos, Freud denunciava a hipocrisia em matéria de sexualidade na sociedade e convocou a uma “franqueza geral” quanto a esse assunto. Se Freud solicitava uma tolerância no campo sexual não foi por uma convicção ideológica, mas em razão de uma experiência clínica que lhe apontara, na repressão a sexualidade, o fator responsável pelas neuroses. E foi dentro desta visão que Freud condenou a sociedade de sua época. Para ele nossa civilização se constrói sobre a repressão das pulsões, e estava convencido de que o aumentos das doenças nervosas (psíquicas) provém do aumento das repressões sexuais.
No entanto, Freud não era partidário de nenhuma teoria da “permissividade” educacional ou de que abandonássemos unicamente ao princípio do prazer. Se ele achava que as repressões impostas à criança pela moral corrente produziam efeitos nefastos, nem por isso desconhecia a natureza eventualmente perversa da sexualidade.
A educação no seu conjunto de açôes deve prevenir tanto a perversão quanto o seu negativo, a neurose. Esses eram os objetivos que Freud atribuía a educação, ao mesmo tempo reconhecendo que, se a sublimação podia ser favorecida, nem por isso podia ser ordenada, escapando a qualquer dominação e vontade.
Desta maneira, Freud nunca alimentou a ilusão que a educação pudesse proteger completamente a criança dos recalcamentos. O inconsciente não é educável. O inconsciente escapa a qualquer regra social. Estamos condenados a avaliar seus efeitos só depois, nem sempre nos sendo possível compreender suas razões. Freud nos mostrou que a neurose está inscrita na normalidade, e que é inútil separá-la categoricamente. A educação não protege a criança de uma ação terapêutica futura, mas pode fazer muito.