terça-feira, 8 de novembro de 2011


O que é o inconsciente?

Foi somente em 1878 que o termo inconsciente aparece no dicionário da Academia sob a forma de substantivo. Até a descoberta freudiana o inconsciente, sob a compreensão da psicologia da segunda metade do sec XIX – denotava tudo aquilo que não é consciente para o sujeito, o inconsciente era tudo aquilo que escapava a sua consciência espontânea e refletida.
Ao propor a hipótese de um lugar especificamente referido a uma espécie de consciência inconsciente, Freud não inventa um termo novo, mas se empenha em legitimar com base nas suas investigações, a observação daquilo que tropeça, que cambaleia, que falha em todo mundo, quebrando a continuidade lógica do pensamento e dos comportamentos da vida cotidiana: sonhos, lapsos, atos, falhos, esquecimentos e de um modo amplo, os sintomas compulsivos dos neuróticos.
O tratamento psicanalítico, ou a psicanálise iniciou uma nova revolução que trouxe a “peste” ao renegar as bases do cogito cartesiano na conhecida tese: “penso logo existo” para a tese: “o eu não é mais senhor em sua própria morada”.
Com Jacques Lacan, psicanalista que renova as teses freudianas, percebe-se que as palavras não são coisas banais, mas que introduzem uma chamada para cada sujeito inventar sua maneira de ler. O psicanalista tem como tarefa fazer perceber o sujeito em seu próprio discurso.