quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O que esperar de uma análise?

Nossa cultura esta marcada pela queda dos ideais e por um ceticismo com consequências nefastas, como por exemplo, o avanço e aumento das práticas mágicas e promessas religiosas. Presenciamos com isso, o desejo da maioria de nós por salvações absolutas, na espera possivelmente de um ser providencial capaz de dar conta daquilo que nos falta. Enfim, trata-se da velha e eterna busca da felicidade, no entanto, e necessário uma advertência, o ônus pode ser alto.
Qual é lugar, neste contexto atual, para uma análise, ou seja, uma psicanálise?
Pois bem, distante de promessas vãs, sublinhando o valor da singularidade e dignificando a condição de sujeitos advertidos de seus submetimentos, a prática da psicanálise busca a transformação dos gozos. Cabe aqui sublinhar algo que pode parecer incompreensível para o senso comum: um sujeito pode gozar sofrendo. E não só isso, como também defende essa condição resistindo a modificá-la até que se torne insuportável. Podemos dizer que, este gozo paradoxal, tira-nos a energia, inibe a criatividade e restringe a liberdade. Resultando em uma vida de poucas perspectivas e iniciativas e reiterados fracassos.

É possível que isso aconteça para muitos, este é o preço a pagar para sustentar este tipo de existência. Mas para aqueles que tem a coragem e se atrevem a realizar uma “tarefa analisante”, poderá haver a possibilidade de se abrirem para outros gozos, menos sofredores quem sabe, entre os quais possamos reconhecer o gozo da vida e do saber produzido nesta “tarefa analisante”.

terça-feira, 11 de agosto de 2015



Em cena ensina



Porto em cena alegre

Em Porto, alegre cena

Alegre encena Porto

Alegre cena em Porto

Cena alegre em Porto

Cena em Porto Alegre


 Porto Alegre em Cena



“Não existem pequenos papéis, existem apenas pequenos atores.”
C. Stanislavski, Minha vida na arte


“A arte não produz o visível, faz-se visível.”
P. Klee, Teoria da arte moderna


“Na arte não há passado, nem futuro. A arte que não está no presente não existirá nunca.”
Picasso, conversa com M. de Zayes


terça-feira, 6 de janeiro de 2015


A arte de viver

Theodor Fontane  dizia que a vida tal como ela se apresenta é árdua, proporciona-nos muitos sofrimentos, decepções e tarefas as vezes impossíveis. E para suportá-la não poderíamos dispensar medidas paliativas, ou seja, não poderíamos passar sem construções auxiliares. Freud no seu texto O Mal estar na cultura cita algumas medidas ou derivativos poderosos que nos fazem extrair luz da desgraça. Como por exemplo, a atividade científica ou intelectual, as satisfações substitutivas, tal como as oferecidas pela arte, são ilusões em contraste com a realidade, e poderíamos nos perguntar onde a religião encontra lugar nessa série? Esta última questão caberia uma reflexão mais aprofundada, não é nosso interesse aqui.  
Ora sabemos que a questão do propósito da vida humana foi levantada várias vezes e nunca se teve uma resposta satisfatória e talvez não haja. Não se trata de enumerar métodos para conseguir a felicidade e manter afastado o sofrimento. Há de certa forma uma demanda social de uma técnica da arte de viver, e é isso que nos interessa aqui. Talvez aí possamos pensar numa modalidade de vida que faz do amor o centro de tudo, que busque toda a satisfação de amar e ser amado. Temos que concordar que uma atitude psíquica deste tipo chega a nós de modo bastante natural. Uma das formas através da qual o amor se manifesta - o amor sexual – nos proporciona experiências de prazer, fornecendo com isso um modelo de busca de felicidade. Então temos a questão: há algo mais natural do que persistirmos na busca da felicidade do modo como a encontramos? A questão frágil desta técnica de viver é que nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos, nunca tão desamparadamente infelizes quando perdemos o nosso objeto amado. O curioso, porém é que isso não elimina com a técnica de viver baseada no valor do amor como meio de obter felicidade.