terça-feira, 20 de dezembro de 2011


A questão do sujeito

Uma das perguntas fundamentais do sujeito em análise ou em terapia é: tenho de direito a quê? Desta forma o neurótico pode recusar-se a abandonar o que impede de ter prazer, pois inconscientemente, ele não se sente no direito de desfrutar, o que é uma ficção simbólica, operativa, pois é exatamente isso que  estrutura a neurose. O conceito de sujeito é o que há de revolucionário em Lacan. Ele dizia que seu ensino começou em 1953 com o artigo Função e campo da palavra e da linguagem em psicanálise, reeditou no seu livro Escritos e confirmou através de uma introdução sob o título Do sujeito enfim em questão. Com isso marcou seu ensino não com a lingüística, nem com o estruturalismo, mas com a consideração do sujeito. O sentido do sujeito na clínica é de um sujeito que se estabelece quanto ao direito e não quanto ao fato, por isso observar o sujeito no sentido de buscá-lo na objetividade, ou quantificá-lo é não querer encontrá-lo. Dizer que o sujeito na clínica psicanalítica não  é um sujeito de fato, mas de direito equivale a dizer que não se pode separar a clínica da ética da psicanálise. Até porque a primeira incidência  clínica da ética da psicanálise é o próprio sujeito.