Democracia, o
que é isso?
Motivada pelas
discussões sobre o tema e sentindo-me chamada a pensá-lo em tempos de grandes
conflitos sociais e políticos. Ambiente propício para a reflexão, até porque
não podemos dizer que na democracia não há conflitos. Conforme a Enciclopédia
Larousse democracia é: “um regime político que se funda na soberania popular,
na divisão de poderes e no controle da autoridade” ou ainda “um sistema
político no qual o povo exerce sua soberania por intermédio de órgãos
representativos”. Como podemos perceber o significado de democracia nos faz apreender
que se trata de um dos sistemas políticos, onde o povo exerce sua soberania
política, econômica e social. Pois bem, esse é o sistema político brasileiro. Mas
se este é nosso sistema político, então porque percebemos nosso povo cada vez mais
submetido? E, mais, como é possível uma democracia de fato, se temos um povo do
qual a maioria carece de reflexão sobre si e o mundo onde vive?
Parece
inevitável pensar no povo que elege vereadores, prefeitos deputados estaduais,
deputados federais, governadores, senadores e presidentes. Do livro Origens do discurso democrático, do
querido e mestre Prof. Donaldo Schüler, extraímos que a democracia na
modernidade traz consigo reflexos de seu nascimento na Grécia antiga. Mais
precisamente no modelo proposto por Górgias, onde a figura do orador esta em
evidência. Ora, os oradores da modernidade são os políticos, vereadores,
deputados, senadores, presidentes e as mídias. O instrumento para a realização
do orador é ainda, como antigamente, a
retórica. A retórica é um jogo que depende das habilidades dos oradores.
Nesta esteira, a democracia pode ser pensada como um jogo entre oradores e
audiência. Sabemos na carne, que é o jogo democrático que define os rumos de
uma nação. Onde os oradores são atores que interferem no julgamento e nas
escolhas da audiência. Hoje, vimos claramente como os ouvintes na sua grande
maioria não participam da argumentação - aquela que faz as leis -, são passivos
e não estão blindados de uma proteção contra esta retórica. Então, como fazer a
audiência participar significativamente do jogo democrático? Penso que a resposta
é: educação!
Artigo publicado
na ZH de 09/01/2018.
Um comentário:
Excelente, Rosane! Mto Obrigada
Postar um comentário