Por que somos impelidos a repetir?
Nas lições VI e VII do Seminário 9, A identificação, Jacques Lacan desenvolve o tema do automatismo de repetição. A novidade destas duas lições é a hipótese sobre a história da escrita que é apresentada na lição VII e que servirá para estabelecer uma homologia com a origem do inconsciente. Lacan aponta nestas lições para “uma estrutura comum” na origem da escrita e na origem do inconsciente.
Por que somos impelidos a repetir? Quem de nós já não se perguntou a respeito? Freud não deixou de perguntar isso a si mesmo um só instante. O que chamava de a wiederholungszwang (compulsão à repetição) funcionou como um motor para suas reflexões mais audaciosas. Elas provocaram grandes mudanças na teoria psicanalítica principalmente em seus textos: O estranho, de 1919, e Mais Além do princípio do prazer, de 1920. Freud partiu de certas observações clínicas, de algumas narrativas literárias e de certas ocorrências que pode constatar seja em seu ambiente, seja consigo mesmo esse fenômeno da repetição. Menciona o caso de uma mulher que se casou três vezes e que, todas as vezes, teve que cuidar do marido em seu leito de morte. Pergunta a si mesmo, o que levaria seu neto a brincar de uma maneira repetitiva com um carretel, no momento em que sua mãe se ausenta (Fort/Da). Há ainda suas próprias experiências, como a de voltar sempre à mesma cidade da Itália.
Nas lições VI e VII do Seminário 9, A identificação, Jacques Lacan desenvolve o tema do automatismo de repetição. A novidade destas duas lições é a hipótese sobre a história da escrita que é apresentada na lição VII e que servirá para estabelecer uma homologia com a origem do inconsciente. Lacan aponta nestas lições para “uma estrutura comum” na origem da escrita e na origem do inconsciente.
Por que somos impelidos a repetir? Quem de nós já não se perguntou a respeito? Freud não deixou de perguntar isso a si mesmo um só instante. O que chamava de a wiederholungszwang (compulsão à repetição) funcionou como um motor para suas reflexões mais audaciosas. Elas provocaram grandes mudanças na teoria psicanalítica principalmente em seus textos: O estranho, de 1919, e Mais Além do princípio do prazer, de 1920. Freud partiu de certas observações clínicas, de algumas narrativas literárias e de certas ocorrências que pode constatar seja em seu ambiente, seja consigo mesmo esse fenômeno da repetição. Menciona o caso de uma mulher que se casou três vezes e que, todas as vezes, teve que cuidar do marido em seu leito de morte. Pergunta a si mesmo, o que levaria seu neto a brincar de uma maneira repetitiva com um carretel, no momento em que sua mãe se ausenta (Fort/Da). Há ainda suas próprias experiências, como a de voltar sempre à mesma cidade da Itália.
A compulsão à repetição é um dos conceitos fundamentais da teoria psicanalítica. Lacan, ao situá-la como um dos quatro conceitos fundamentais da psicanálise em 1964, foi sensível à indicação do texto freudiano. A repetição representa a própria pulsação da teoria, na medida em que está marcada pela tedência a retornar sempre ao mesmo lugar estamos, neste sentido, diante de um conceito em que se cruzam várias noções psicanalíticas e lugar de passagem obrigatório de toda reflexão clínica. Seguindo os caminhos de Freud, concluimos que a repetição faz parte da própria definição do inconsciente. Lacan frisou que, do lado do inconsciente, só há tendência a repetir. Esses dois modos de entender o conceito trouxeram à luz a idéia de um assujeitamento radical: a compulsão a repetição torna sensível esse lugar do sujeito como efeito dos significantes. Pois, diante dessa "pulsão" que obriga a repetir, o indivíduo reencontra sua impotência.
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Resenha a partir da leitura do termo Repetição, Compulsão á. Sousa, Edson. In: Kaufmann, Pierre. Dicionário Enciclopédico de Psicanálise - o legado de Freud e Lacan. RJ: Jorge Zahar editor, 1995.
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Resenha a partir da leitura do termo Repetição, Compulsão á. Sousa, Edson. In: Kaufmann, Pierre. Dicionário Enciclopédico de Psicanálise - o legado de Freud e Lacan. RJ: Jorge Zahar editor, 1995.
Um comentário:
Adorei. Muito importante divulgar essas idéias... Você, sempre estudiosa! Só não compreendo bem a diferença entre sujeito como efeito dos significantes e Eu, que é criado pelo desejo do outro.
Parabéns, beijo
Afonso jr. Lima
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